Quando falamos sobre autismo, uma das dúvidas mais comuns é: o autismo é uma doença? A resposta é clara: não.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica e de desenvolvimento que afeta a forma como a pessoa percebe, interage e se comunica com o mundo.
Mas por que é tão importante entender essa diferença? Vamos explorar o tema e desconstruir alguns mitos.
O que é o autismo?
O autismo é caracterizado por um conjunto de traços comportamentais que variam amplamente entre os indivíduos, formando o chamado "espectro".
Isso significa que não há dois autistas iguais; cada pessoa apresenta diferentes graus de habilidades, interesses e desafios.
Os sinais do TEA costumam aparecer na infância e podem incluir:
- Dificuldades de interação social
- Preferências por rotinas e padrões repetitivos
- Sensibilidade sensorial (sons, luzes, texturas)
Importante destacar que o diagnóstico não é uma sentença de limitação, mas um passo para entender as necessidades individuais de cada pessoa.
Por décadas, o transtorno do espectro autista foi classificado como uma doença. Nos últimos anos, no entanto, essa visão felizmente vem mudando. |
Por que o autismo não é uma doença?
O conceito de doença está associado a uma alteração no estado de saúde que pode ser tratada ou curada.
Já o autismo é uma variação neurológica, ou seja, uma forma diferente de funcionamento do cérebro.
Essa diferença não é algo que precise de "cura", mas de compreensão e adaptação, tanto da sociedade quanto dos ambientes em que a pessoa autista vive.
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Por que a confusão é comum?
Historicamente, o autismo já foi tratado como um transtorno mental ou psicológico.
Essas interpretações ultrapassadas contribuíram para a perpetuação de preconceitos e desinformação.
No entanto, a ciência moderna classifica o TEA como uma condição neurodesenvolvimental, colocando-o no contexto da neurodiversidade.
O que é neurodiversidade?
A neurodiversidade é um conceito que reconhece e celebra as diferenças neurológicas como parte natural da diversidade humana.
Isso inclui o autismo, mas também outras condições, como o TDAH e a dislexia.
Adotar essa perspectiva ajuda a valorizar as habilidades únicas das pessoas autistas, como:
- Pensamento lógico e atenção aos detalhes
- Alta capacidade de foco em interesses específicos
- Criatividade em resolver problemas
O papel da sociedade na inclusão
A verdadeira transformação acontece quando deixamos de ver o autismo como algo "errado" e passamos a construir ambientes mais inclusivos e respeitosos.
Isso envolve:
- Combater o preconceito e a desinformação
- Garantir acesso à educação e aos cuidados adequados
- Adaptar espaços e dinâmicas sociais para atender às necessidades das pessoas autistas
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Fontes
StatPearls - Autism Spectrum Disorder
Acta Neurológica Colombiana - Perspectiva histórica del trastorno del espectro del autismo